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domingo, 30 de dezembro de 2012

FAMÍLIAS VITORIOSAS


Desde os céus fizeste ouvir o teu juízo; tremeu a terra e se aquietou, ao levantar-se Deus para julgar e salvar todos os humildes da terraSl 76.8,9

A composição deste salmo visa comemorar a vitória de Ezequias sobre os assírios, ou melhor, a derrota dos assírios diretamente operada pela mão de Deus, conforme o relato em Isaías 37,38. A ênfase do cântico é sobre o Deus que conquistou a vitória, para a alegria das famílias de Israel que estavam ameaçadas de destruição e morte pelo exército assírio. É muito instrutivo observarmos neste salmo o quanto as famílias podem ser vitoriosas em Deus.
As famílias podem ser vitoriosas quando confiam na proteção de Deus. No início do poema o salmista declara que foi Deus que “despedaçou os relâmpagos do arco, o escudo, a espada e a batalha” (3) ao ferir no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil homens fortemente armados para atacar o povo de Israel (Is 37.36). Muitas vezes, devido a nossa falta de fé, ficamos apavorados diante da força com que os adversários arremetem contra as nossas famílias. Somos diariamente assediados pela violência, drogas, prostituição, idolatria, pornografia, homossexualismo... Adversários terríveis que querem destruir os nossos lares! Mas não podemos esquecer que podemos contar com a infalível providência de Deus e que nada acontece sem a permissão dEle. Não há motivo para pavor, pois o Senhor é o nosso “escudo” se confiarmos de todo o coração em sua proteção.
As famílias podem ser vitoriosas quando cultivam o temor do Senhor. É o que nos indica o salmista ao afirmar que “Fazei votos e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes todos os que o rodeiam, àquele que deve ser temido” (11). Deus deseja ser temido, ou seja, reverenciado, respeitado e venerado pelo o que ele é e faz em favor das nossas famílias. Muitos lares são destruídos porque deixaram de cultivar o temor devido a Deus. Muitos pais já não educam os filhos na admoestação e temor do Senhor, muitos filhos já não honram aos seus pais, muitos maridos já não amam as esposas como Cristo ama a igreja e muitas esposas não são mais submissas aos maridos. Tudo isso por não mais haver temor do Senhor nos corações. Ele deve ser temido porque dele vem a nossa salvação, o suprimento de todas as nossas necessidades e nenhum lar pode permanecer de pé se não for edificado na palavra de Deus.
Amados leitores, Deus deseja abençoar ricamente as nossas famílias. Família é uma instituição divina e não humana. Com muita felicidade alguém disse: “Nenhum sucesso compensa o fracasso no lar”. Muitos lares estão fracassados porque deixaram de confiar na proteção do Senhor para buscar o sucesso material a qualquer preço e, muitos outros lares, estão sendo destruídos porque deixaram de cultivar o temor do Senhor. Se colocarmos a nossa confiança na proteção divina e cultivarmos o temor do Senhor em nossos corações, nossas famílias serão verdadeiramente vitoriosas.

Pr Sidney Rosa

   

domingo, 16 de dezembro de 2012

Juiz Divino


Porque não é do Oriente, não é do Ocidente, nem do deserto que vem o auxílio. Deus é o juiz; a um abate, a outro exaltaSl 75.6,7

Temos mais um salmo atribuído a Asafe, cujo conteúdo é um hino de gratidão por aquilo que Deus havia feito ao seu povo. Acredita-se que o fundo histórico do cântico seja referente ao tempo do rei Ezequias e ao livramento de Jerusalém das mãos dos invasores assírios (Is 36,37). Sendo assim, podemos olhar para o conteúdo deste salmo e observar alguns aspectos da aplicação da justiça divina.
Um aspecto diz respeito ao tempo determinado para as justas intervenções de Deus. Ele não atrasa e nem adianta. O autor está tão convicto de que Deus fará maravilhas a favor do seu povo que antecipadamente agradece e afirma: “Pois disseste: Hei de aproveitar o tempo determinado; hei de julgar retamente” (2). Às vezes enfrentamos situações de aperto, dúvidas e incertezas e pensamos que Deus está demorando em fazer justiça, mas podemos ter a certeza de que Ele tem para seu plano um tempo determinado. Por isso, devemos esperar com paz e confiança, pois tudo está sob o controle do Senhor. Ele tem seus tempos e épocas e nunca se atrasa. Esperemos com a paciência na justiça que vem do Senhor.
Outro aspecto interessante da justiça de Deus é a retidão. A segunda parte do verso já citado (2b) diz que o Senhor há de julgar retamente todos os moradores da terra (3). Razão pela qual não devemos nos impressionar com a aparente ascensão social daquelas pessoas soberbas, arrogantes, ímpias, altivas e insolentes que se levantam contra a Rocha (4,5). O Senhor é reto em todos os seus juízos, pois são aplicados de acordo com a sua Lei que é pura, santa e justa. Tal verdade é um incentivo para que o nosso prazer de fato esteja na Lei do Senhor e nela meditemos dia e noite para que possamos ser abençoados pelo Pai Eterno, pois o nosso auxílio também vem dEle que “a um abate, a outro exalta”.  
Queridos leitores, descansemos no Senhor e na sua reta justiça. Ainda que estejamos em um mundo aonde, na maioria das vezes, impera a injustiça, a iniquidade e a opressão, não podemos deixar de ter fome e sede de justiça. Podemos ter absoluta certeza de que o Juiz de toda terra fará justiça aos seus escolhidos que a Ele clamam dia e noite. Que o nosso posicionamento em relação à justiça divina seja tão firme e convicto quanto foi o de Asafe ao concluir o salmo: “Quanto a mim, exultarei para sempre; salmodiarei louvores ao Deus de Jacó. Abaterei as forças dos ímpios; mas a força dos justos será exaltada” (9,10). Louvado seja o Senhor!
Pr Sidney Rosa

domingo, 25 de novembro de 2012

DÚVIDA VENCIDA


Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouca faltou para que se desviassem os meus pésSl 73.1,2

A autoria deste salmo, e dos dez seguintes, é atribuída a Asafe um dos levitas que atuava como músico e líder dos cultos no santuário durante o reinado de Davi (II Cr 5.12). Depois de muitos anos ministrando o louvor e liderando o povo de Israel na adoração a Deus, ele se vê mergulhado numa terrível dúvida que quase o levou a “resvalar os pés” e a desviá-lo dos caminhos do Senhor. A dúvida era a seguinte: por que os justos  sofrem enquanto os ímpios parecem prosperar. A crise foi tanto que, à luz de suas constatações (4-12), ele chegou à seguinte conclusão: “Com efeito, inutilmente conservei puro o coração e lavei as mãos na inocência” (13). Ainda bem que o cântico não termina neste versículo, pois nos seguintes podemos ver como Asafe venceu essa terrível dúvida que, com muita freqüência, ronda o coração dos filhos de Deus em todas as gerações.  
Essa dúvida começa a ser vencida quando buscamos uma intimidade maior com Deus. Antes de abandonar a fé e destruir tudo aquilo que havia ensinado e cantado no santuário, ele reflete um pouco mais e toma uma decisão: “Em só refletir para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim; até que fui ao santuário de Deus e atinei para o fim deles” (16,17). É passando um tempo maior com Deus em adoração, com outras pessoas, ouvindo a Palavra, os cânticos de louvor e aprofundando nossa comunhão com o Senhor é que temos condições de ver as coisas do mundo na perspectiva correta. Do ponto de vista apenas humano, Asafe declarou: “Pois eu invejava os arrogantes ao ver a prosperidade dos perversos” (3), mas ele começou a mudar de ideia quando Deus o revelou que a felicidade e a prosperidade dos ímpios eram enganosas, passageiras e que, ao final, eles colheriam as justas conseqüências de um viver marcado pela impiedade, ingratidão e incredulidade.
Essa dúvida é completamente dissipada quando confiamos na direção do Senhor. Depois de restabelecer a comunhão com Deus buscando uma intimidade mais profunda, o salmista amplia sua visão e recobra o equilíbrio espiritual ao declarar: “Todavia estou sempre contigo, tu me seguras pela mão direita. Tu me guias com o teu conselho e depois me recebe na glória. Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem me compraza na terra” (23-24). “Com efeito, Deus é bom (...)”, tal convicção dominou novamente o coração do salmista que o fez lembrar de que a verdadeira segurança do ser humano está na direção segura que pode receber do Senhor. Não podemos duvidar da bondade do Senhor, pois ele nunca nos deixará e nem nos desamparará. Ainda que não tenhamos tudo que queremos nesta vida, teremos todas as nossas necessidades supridas até sermos recebidos na glória celestial.
Amados leitores, por pouco o salmista não foi vencido pela sua terrível e perigosa dúvida! Muitas vezes também ficamos abalados ao perceber que o ímpio, perverso ou incrédulo prospera tanto enquanto nós, que lutamos para manter a nossa integridade no Senhor, não prosperarmos e até passamos por muitas tribulações e sofrimentos. Mas tudo se torna claro e a dúvida é vencida quando buscamos uma intimidade mais profunda com Deus, pois assim podemos perceber a miséria eterna que aguarda os ímpios e a bondosa direção do Senhor conduzindo os salvos para a bem aventurança eterna.  Louvado seja o Senhor!
Pr Sidney Rosa
      



domingo, 11 de novembro de 2012

REINADO ABENÇOADOR


Subsista para sempre o seu nome e prospere enquanto resplandecer o sol; nele sejam abençoados todos os homens, e as nações lhe chamem bem aventuradoSl 72.17

Não se sabe se este salmo é da autoria de Salomão ou se foi composto por alguém que desejava que ele exercesse um governo abençoado e abençoador. Ainda que haja dúvidas quanto à autoria, não se pode negar o caráter messiânico do cântico, pois nele se percebe claro conteúdo profético apontando para aquele que é “maior do que Salomão”, Jesus de Nazaré, o Messias que veio implantar um reinado abençoador no coração de todo aquele que crê. À luz do poema, vejamos alguns fundamentos que tornam o reino de Cristo abençoador na vida do ser humano.
O governo de Cristo é abençoador porque é exercido sob a égide da justiça. No início do cântico este fundamento é claramente estabelecido: “Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade. Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague o opressor” (1,3). Num mundo onde impera injustiça, corrupção e opressão, podemos confiar e descansar no Senhor, pois sabemos que as nossas causas são olhadas com carinho pelo “Juiz de toda a terra” (Gn 18.25).
O reinado de Cristo é abençoador porque produz a verdadeira paz que o coração humano tanto anseia. O autor faz referência a ela ao declarar: “Floresça em seus dias o justo, e haja abundância de paz até que cesse de haver lua” (7). Sob o reinado das trevas o coração humano só experimenta perturbação, confusão, destruição e morte, mas quando a pessoa entrega a vida ao gracioso reinado de Cristo, passa a desfrutar daquela abundante paz, que excede todo entendimento.
O domínio de Cristo é abençoador porque é fortemente marcado pela compaixão graciosa. Sobre esse fundamento, que profecia maravilhosa o salmista anuncia: “Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido. Ele tem piedade do fraco e do necessitado e salva aos indigentes. Redime a sua alma da opressão e da violência, e precioso lhe é o sangue deles” (12-14). O que vemos nestas palavras é, sem dúvida, o cuidado especial e compassivo que Jesus tem por todos aqueles que se colocam sob o domínio dEle.
Amados irmãos e amigos, que reinado abençoador Jesus Cristo implanta no coração de todo aquele que nEle crê. Louvemos ao Senhor com alegria, devoção e gratidão, pois “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). Sob o reinado de Cristo, somos abençoados com toda sorte de benção espiritual, pois seu reino é regido pela justiça, produz verdadeira paz e é marcado pela compaixão graciosa. Louvado seja o Rei dos reis para todo o sempre!
Pr Sidney Rosa
  

domingo, 14 de outubro de 2012

LOUVOR CONTÍNUO


Quanto a mim, esperarei sempre e te louvarei mais e maisSl 71.14

Não se sabe ao certo quem é a pessoa que o Espírito Santo inspirou para compor este belo salmo. O que se pode perceber no conteúdo do cântico é que se trata da oração de um homem idoso (9,18) que enfrentou ao longo da vida perseguições, doenças, calamidades e provações. No entanto, conforme o versículo destacado acima, ele foi capaz de louvar continuamente ao Senhor. Vejamos os motivos pelos quais também podemos adotar este belo e abençoado estilo de vida.
Louvamos continuamente ao Senhor quando mantemos íntima comunhão com Ele. Se lermos o cântico com atenção, perceberemos que o salmista buscou tal intimidade desde a sua infância: “Em ti me tenho apoiado desde o meu nascimento; do ventre materno tu me tiraste, tu és motivo para os meus louvores constantemente” (6). O resultado natural de uma verdadeira e íntima comunhão com Deus é a convicção de que o próprio Senhor é o nosso maior motivo de louvor.
Louvamos constantemente ao Senhor Deus quando esperamos somente na justiça dEle. Tal esperança fortalecia de forma tremenda o coração do salmista continuamente: “Sinto-me na força do Senhor Deus; rememoro a tu justiça, a tua somente” (16). Com certeza, o já idoso servo de Deus testemunhou inúmeras intervenções da justiça divina em sua caminhada de fé. Rememorá-las sempre enche os nossos corações de sinceros louvores, pois a justiça humana é falha, imperfeita e parcial.
Louvamos mais e mais ao Pai Eterno quando reconhecemos o valor da verdade revelada. Podemos perceber claramente no salmo tal reconhecimento: “Eu também te louvo com a lira, celebro a tua verdade, ó meu Deus; cantar-te-ei salmos na harpa, ó Santo de Israel” (22). Celebrar a verdade revelada é celebrar a pessoa de Jesus Cristo, pois ele é a verdade que salva, cura, santifica e liberta todos os pecadores que verdadeiramente nele crêem (Jo 8.32).
Amados irmãos e amigos, que oração tremenda e maravilhosa nos deixou este ancião da Velha Aliança! Apesar de sua idade avançada, havia um profundo desejo de louvar contínua e crescentemente ao Senhor. À medida que aprofundamos a nossa intimidade com Deus em comunhão pessoal, aumentamos a nossa esperança na justiça divina e reconhecemos o valor da verdade revelada em nossas vidas, o nosso desejo de louvar ao Senhor será contínuo e cada vez maior.
Pr Sidney Rosa


domingo, 30 de setembro de 2012

TEMPOS DIFÍCEIS


Eu sou pobre e necessitado; ó Deus, apressa-te em valer-me, pois tu és o meu amparo e o meu libertador. Senhor, não te detenhas!Sl 70.5

A autoria deste salmo foi atribuída ao rei Davi e reflete um momento muito delicado e difícil na vida do servo de Deus, ainda que não se possa saber qual a ocasião exata. Ele viveu muitas e variadas experiências em sua caminhada de fé e, em muitas delas, sofreu duras e doloridas perseguições de inimigos cruéis e implacáveis que queriam destruí-lo a todo custo (2,3). Não é muito diferente conosco nos atuais dias, mas podemos aprender com o salmo como vencer estes tempos difíceis da vida.
Venceremos os tempos difíceis da vida se fizermos da oração o nosso sincero grito de socorro. Observemos o que nos revela o salmista no início do cântico: “Praza-te, ó Deus, em livrar-me; dá-te pressa, ó Senhor, em socorrer-me” (1). A situação era tão delicada que ele pede pressa da parte de Deus em livrá-lo. Não faz rodeios e nem se preocupa em usar palavras bonitas para impressionar ao Senhor. Quando nos virmos em aperto e aflição não podemos demorar em gritar, através da oração sincera, pelo socorro que vem do Alto.
Venceremos os tempos adversos da vida se também reconhecermos, com sinceridade, as nossas limitações pessoais. Apesar de ser rei e ter uma guarda pessoal preparadíssima, Davi, com sincera humildade declara: “Eu sou pobre e necessitado; ó Deus, apressa-te em valer-me (...)” (5a). Deus sempre exaltou e deu graça àqueles que se humilham diante dele, mas, por outro lado, também sempre resistiu àqueles que têm o coração cheio de soberba por pensarem que não precisam do auxílio divino na jornada desta vida. A soberba precede a ruína!
Venceremos certamente os tempos turbulentos da vida se ainda colocarmos verdadeiramente a nossa esperança no Senhor. Não há duvida sobre essa necessidade ao observarmos o restante do quinto versículo: “(...) ó Deus, apressa-te em valer-me, pois tu és o meu amparo e o meu libertador. Senhor não te detenhas” (5b). Davi não tinha dúvida de que o verdadeiro amparo e a eficaz libertação vêm das mãos do nosso Pai Eterno. Por isso, não colocava, de forma alguma, sua esperança nos recursos produzidos pelas mãos humanas, pois são falhos e ineficazes.
Amados leitores, todos enfrentamos tempos difíceis na estrada da vida. Não estamos livres deles! Talvez você esteja passando por experiências difíceis, doloridas e complicadas diante das quais se sente impotente. Não se deixe vencer pelo medo e aflição, reconheça suas reais limitações, clame urgentemente pelo socorro do Alto e coloque toda sua esperança no Senhor, pois nele podemos ser mais que vencedores.
Pr Sidney Rosa

sábado, 15 de setembro de 2012

SOCORRO DIVINO


Quanto a mim, porém, amargurado e aflito, ponha-me o teu socorro, ó Deus, em alto refúgioSl 69.29

Muitos consideram este salmo messiânico em virtude das profecias nele contidas que, mil anos mais tarde, se cumpriram na vida de Jesus Cristo. Ainda que seja profético e messiânico, o autor fala de sua experiência pessoal fazendo uma descrição comovente de sua situação aflitiva e amargurada, pois estava sofrendo duríssima perseguição de seus inimigos. Contudo, aprendemos neste cântico que também podemos contar com o socorro de Deus em diversas situações desta vida.
O socorro dos céus é indispensável quando enfrentamos problemas que estão acima de nossa capacidade pessoal. Observemos como o salmista descreve sua situação perigosa com a metáfora de um homem se afogando: “Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até a alma. Estou atolado em profundo lamaçal, que não dá pé; estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge” (1,2). Quantas vezes nos sentimos da mesma forma no enfrentamento das lutas da vida? Mas Deus é o nosso alto refúgio! Aleluia!
O socorro do Senhor é importantíssimo quando nos sentimos solitários e abandonados nos momentos de crise. Não foi diferente com o autor do cântico: “O opróbrio partiu-me o coração, e desfaleci; esperei  por piedade, mas debalde; por consoladores e não os achei” (20). Quantas experiências doloridas da vida partem o nosso coração e desfalecemos. Olhamos para um lado e outro e não encontramos ninguém com as mãos estendidas para nos ajudar, mas quando olhamos para o Alto temos o Pai com os braços abertos para nos acolher e consolar.
O socorro de Deus é de extremo valor quando sofremos perseguições e calúnias por causa de nossa lealdade a Cristo. O salmista não deixa dúvida sobre essa realidade na vida do servo de Deus: “São mais que os cabelos de minha cabeça os que, sem razão, me odeiam; são poderosos os meus destruidores, os que com falsos motivos são meus inimigos; por isso tenho que restituir o que não furtei” (5). Por isso, precisamos do auxílio celestial para suportar e vencer os ataques daqueles que são usados por Satanás para nos desviar da carreira da fé.
Amados leitores, não estamos imunes àquelas experiências da vida que nos afligem e amarguram o nosso coração na caminhada da fé em Cristo. Ainda assim, podemos contar com o socorro de nosso Pai Eterno para nos dar a graça de suportar os mais duros sofrimentos com paciência e resignação, nunca murmurando, mas rogando força para enfrentá-los e vencê-los. Louvado seja o nosso Deus!
Pr Sidney Rosa


domingo, 26 de agosto de 2012

ALEGRIA DOS JUSTOS


Alegrem-se, porém, os justos! Exultem diante de Deus! Regozijem-se com grande alegria!Sl 68.3

A composição deste salmo é atribuída ao rei Davi, para ser entoado na ocasião em que providenciou o transporte da Arca da Aliança da casa de Obede-Edom para o lugar preparado no Monte Sião, conforme narrado em II Samuel 6. No conteúdo do cântico, o autor faz questão de frisar que o povo de Deus tem vários motivos para se regozijar com grande alegria no Senhor. Vejamos alguns...
A salvação eterna é, com certeza, nosso principal motivo de regozijo.  O salmista não deixa dúvida ao fazer referência a este fato: “O nosso Deus é um Deus que salva; ele é o Soberano, ele é o Senhor que nos livra da morte” (20). Do ponto de vista espiritual, estávamos mortos por causa de nossos erros e pecados, mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, nos deu vida novamente quando cremos que Jesus Cristo pagou a penalidade do nosso pecado na cruz do calvário. Como escaparíamos da condenação eterna se não tivéssemos atentado para tão grande e eterna salvação em Cristo!
A bondade divina é outro fortíssimo motivo para nos alegrarmos no Senhor. Que revelação confortadora encontramos nas palavras do salmista: “Deste chuvas generosas, ó Deus; refrescaste a tua herança exausta. O teu povo se instalou, e da tua bondade, ó Deus, supriste os necessitados” (9,10). Nossa alegria é imensa também, pois quando olhamos ao longo de toda a nossa caminhada de fé, percebemos como o Senhor foi (e tem sido!) generoso, suprindo diariamente todas as nossas reais necessidades.
 O fortalecimento que vem do Senhor enche também o nosso coração de gratidão e grande alegria.  Observemos como o salmista encerra seu hino de louvor: “Tu és temível no teu santuário, ó Deus; e o Deus de Israel que dá poder e força ao seu povo. Bendito seja Deus!” (32). Muitas vezes chegamos ao limite de nossas forças, diante de tantas batalhas que enfrentamos no dia a dia, mas nunca nos faltou reabastecimento de força, poder, vigor e ânimo para continuar a jornada da vida. O renovo espiritual do Senhor é indispensável para que sejamos vitoriosos na vida cristã.
Amados irmãos e amigos, regozijemos com grande alegria em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nesse dia maravilhoso concedido por Deus. Motivos não nos faltam, pois temos a salvação garantida e a certeza de que as nossas necessidades serão supridas fielmente por Cristo. Temos uma grande jornada pela frente e a alegria do Senhor continua sendo a nossa fonte inesgotável de força, vigor e ânimo para vencermos os desafios, batalhas e perigos que certamente enfrentaremos na caminhada da fé.
Pr Sidney Rosa





sábado, 18 de agosto de 2012

CONVITE UNIVERSAL


Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os povos todosSl 67.3

O versículo destacado reflete, através do salmista, o anseio de Deus em ser louvado por todos os países, nações, povos e tribos da Terra. Este salmo tem sido chamado de Salmo Missionário, pois grande parte dos habitantes deste planeta ainda não reconhece que tudo “que tem fôlego” deve louvar ao Senhor, o criador e sustentador de todo o Universo. Mas, até que todo “joelho se dobre” e “toda língua confesse” o senhorio de Jesus Cristo, não podemos deixar de perceber no cântico as razões deste convite irrecusável.
 A começar pela perfeita justiça de Deus em julgar todas as nações da Terra. O salmista deixa isso bem claro no cântico: “Alegrem-se e exultem as gentes, pois julgas os povos com equidade (...)” (4a).  Nenhum país, por menor ou maior que seja, escapa do juízo divino, pois Deus não está alheio aos acontecimentos que ocorrem no mundo. O Juiz de toda terra tem feito justiça neste planeta tão conturbado e marcado pela injustiça praticada por governantes ímpios e pecadores.
Outra razão é a perfeita direção divina para todas as nações da Terra. Na segunda parte do quarto versículo temos uma revelação confortadora aos nossos corações: “(...) e guias na terra as nações”. Isso quer dizer que, além de Juiz, nosso Deus é o Governante Soberano de todas as nações deste planeta. Todos os países existentes estão cumprindo um propósito maior no plano divino, pois a história humana está sendo conduzida conforme os decretos eternos do Criador.
Ainda outra razão é a perfeita provisão divina para todas as famílias da Terra. Observemos o que nos revela o cântico: “A terra deu o seu fruto, e Deus, o nosso Deus, nos abençoa” (6). Ainda que parte da  humanidade tenha usado de maneira irracional, gananciosa e egoísta os recursos naturais deste maravilhoso planeta, não podemos deixar de perceber o quanto Deus tem sido gracioso em suprir todas as necessidades da família humana. Que maravilhoso amor! 
Amados irmãos e amigos, neste maravilhoso dia que estamos recebendo, louvemos, exaltemos e glorifiquemos com gratidão ao nosso querido Deus e Pai, pois Ele é digno de receber todo louvor de nosso coração. Como filhos amados de Deus, não deixemos de reconhecer o quanto temos sido abençoados nesses dias de tantas lutas, desafios e riscos, sabendo que em todas as coisas temos sido “mais que vencedores” em Jesus Cristo nosso justo juiz,  guia seguro e fiel provedor.
Pr Sidney Rosa


sábado, 11 de agosto de 2012

MARAVILHAS DIVINAS


Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e vos contarei o que tem ele feito por minha alma” (66.16)
 
Não é possível determinar com exatidão nem a autoria e nem a ocasião em que foi composto este lindo salmo.  Entretanto, o versículo destacado acima deixa claro que o autor faz um convite para que todos ouçam o seu testemunho sobre os maravilhosos feitos de Deus na vida dele. Sendo assim, podemos considerar também, no conteúdo do cântico, algumas obras maravilhosas e abençoadas que somente Deus pode operar em nossas vidas.
A primeira diz respeito à nossa redenção eterna em Jesus Cristo. O salmo não fala diretamente dela, mas nos faz lembrar de nosso resgate do reino das trevas, ao fazer referência à libertação do cativeiro e a condução do povo de Israel ao sair do Egito, conforme diz o salmista: “Converteu o mar em terra seca; atravessaram o rio a pé; ali, nos alegramos nele” (6). Não é menor a nossa alegria por tão grande e eterna redenção que temos em Cristo! Aliás, das maravilhas de Deus, o amor dEle por nós pecadores é a maior.
Outra maravilha é o fato de Deus nos provar, com muita freqüência, em nossa caminhada de fé. O testemunho do salmista é muito claro sobre isso: “Pois, tu, ó Deus, nos provaste; acrisolaste-nos como se acrisola a prata” (10). Assim como o ourives purifica a prata ao passá-la pelo fogo, Deus, em seu amor, permite que enfrentemos o “fogo” das aflições, das dificuldades e das lutas para que as impurezas sejam removidas do nosso coração e, desta forma, nossa vida seja ricamente abençoada como foi a de Jó.
Ainda outro feito maravilhoso de nosso Pai Eterno é a sua atenção graciosa em ouvir as nossas orações. Olhemos para o testemunho do salmista que nos diz: “Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração, nem aparta de mim a sua graça” (20). Deus nunca rejeita alguém que se aproxima dEle com o coração contrito e sincera fé! Por isso, como diz o hino sacro: “Hoje, também, nós bem alto cantamos que as orações Ele nos atendeu; seu forte braço, que é tão compassivo, em nosso auxílio ele sempre estendeu”.
Amados leitores, que testemunho maravilhoso nós também podemos dar nesse dia maravilhoso que o Senhor nos dá. Quantas maravilhas Ele tem operado em nossas vidas de maneira tão graciosa! Ainda que você talvez esteja passando pela prova, tenha paciência e glorifique a Deus, pois temos a redenção eterna garantida e a certeza de que as nossas orações serão atendidas conforme a vontade soberana e graciosa de Deus.
Pr Sidney Rosa

sábado, 7 de julho de 2012

CHUVAS DE BÊNÇÃOS


Coroas o ano da tua bondade; as tuas pegadas destilam fatura, destilam sobre as pastagens do deserto, e de júbilo se revestem os outeirosSl 65.11,12

Este é mais um salmo de ação de graças atribuído a Davi, que teve seu coração fortemente impactado ao contemplar os campos floridos, os pastos verdejantes, os campos cobertos de rebanhos e os vales repletos de espigas maduras prontas para serem colhidas. O salmista sempre teve uma visão muito clara de que o ser humano não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dado (Jo 3.26). Por isso, no conteúdo deste salmo, podemos fazer coro com Davi e agradecer ao Senhor por alguns benefícios que nos são essenciais.
Dentre os vários benefícios, podemos destacar a nossa eleição em Jesus Cristo. O salmista não deixa de fazer referência a ela: “Bem-aventurados aqueles a quem escolhes e aproximas de ti, para que assista nos teus átrios; ficaremos satisfeitos com a bondade de tua casa – o teu santo templo”. (4). Essa é uma maravilhosa benção que não podemos esquecer nunca, pois, em Cristo, nós fomos escolhidos antes da fundação do mundo para a salvação eterna. (Ef 1.4,5)
Outro benefício maravilhoso é o perdão gracioso dos nossos pecados. Sobre isso o salmista não deixa nenhuma dúvida: “Ó tu que escutas a oração, a ti virão todos os homens, por causa de suas iniqüidades. Se prevalecem as nossas transgressões, tu no-las perdoas” (2,3). Essa é outra benção maravilhosa que não podemos deixar de agradecer, pois sem a disposição de Deus em nos perdoar, os nossos pecados nos manteriam separados dEle. Que tragédia seria a nossa existência nesse mundo dominado pelo maligno!
Ainda outro benefício é a justa intervenção do Senhor em nossas vidas sempre que necessário. Essa é outra revelação maravilhosa que nos faz o salmista: “Com tremendos feitos nos respondes em tua justiça, ó Deus, Salvador nosso, esperança de todos os confins da terra e dos mares longínquos” (5). Deus continua regendo todo o universo, por isso nada escapa ao controle dEle. Quantas vezes nós fomos assediados e ameaçados pela injustiça que impera neste mundo, mas Deus sempre fez justiça em defesa aos seus escolhidos que clamam dia e noite. (Lc 18.6)
Amados leitores, como Deus tem nos coroado com bondade ao longo de todo esse ano até aqui, derramando chuvas de bênçãos sobre as nossas vidas. Todas as nossas necessidades têm sido supridas de uma maneira tremenda e graciosa pelo Pai Eterno. Louvemos com gratidão a Deus, pois tomamos ciência e posse da eleição redentora, do perdão gracioso e da justiça divina porque um dia ouvimos e cremos na Palavra de Deus.
Pr Sidney Rosa


sábado, 23 de junho de 2012

"Inimigos Secretos"


O justo se alegra no Senhor e nele confia; os de reto coração, todos se gloriamSl 64.10

O conteúdo deste cântico relata a súplica de Davi pedindo a Deus que guarde a sua vida de inimigos secretos, ou seja, pessoas do seu convívio diário que, movidas por inveja e hipocrisia, secretamente intentavam contra o servo de Deus com difamações, calúnias, maledicências e intrigas (2-5). É interessante e instrutivo observar a maneira como o salmista enfrentou tal situação, convicto de que a vitória mais uma vez seria dada pelo Senhor, conforme nos relata o versículo acima.
Todos nós também estamos sujeitos a experimentar situações semelhantes à de Davi. Quantas vezes os filhos de Deus são vítimas daqueles que “afiam a língua como espada e apontam, quais flechas, palavras amargas, para às ocultas, atingirem o íntegro (3,4a). Contudo, o crente em Cristo não deve perder a sua alegria, pois ela está no Senhor, conforme o salmista nos orienta: “O justo se alegra no Senhor (...)”.  É na alegria do Senhor que encontramos força para resistir as “palavras amargas” dos adversários (Ne 8.10).
A confiança na fidelidade do Senhor é também indispensável para enfrentar e vencer os “inimigos secretos”. A salmista não tinha dúvida sobre isso, pois clama com plena confiança tanto na proteção como também na intervenção de Deus a favor da justiça: “Esconde-me da conspiração dos malfeitores (...) Mas Deus desfere contra eles uma seta; de súbito, se acharão feridos. Dessarte, serão levados a tropeçar; a própria língua se voltará contra eles; todos os que os vêem meneiam a cabeça”. (2a; 7,8).
A retidão do coração ou um viver marcado pela transparência e honestidade é outra postura fundamental no enfrentamento àqueles que conspiram contra a reputação dos filhos de Deus. Davi sabia exatamente o que seus inimigos diziam e faziam a seu respeito: “Teimam no mau propósito; falam em secretamente armar ciladas; dizem: Quem vos verá?” (5). Entretanto, o servo de Deus não se intimida e nem se desespera, mas se mantém firme no seu propósito: “os de reto coração, todos se gloriam”.
Amados leitores, não podemos esquecer que a nossa luta não é “contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.10). Por essa razão, na maioria das vezes, esses seres do reino das trevas usam pessoas, “inimigos secretos”, para atingir a integridade dos filhos de Deus. Apesar disso, temos a vitória garantida se mantivermos nossa alegria e confiança no Senhor, com um viver marcado pela retidão.  Louvado seja o Senhor!
Pr Sidney Rosa


sábado, 16 de junho de 2012

SATISFAÇÃO PLENA


Como de banha e de gordura farta-se  a minha alma; e, com júbilo nos lábios, a minha boca te louva, no meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a vigília da noiteSl 63.5,6

Temos diante de nós um dos salmos mais celebrados do hinário de Israel. A composição é atribuída a Davi, quando estava foragido no deserto da Judéia em virtude da perseguição que sofria de seu próprio filho Absalão. Apesar de ter vivido em circunstâncias tão adversas e perigosas, o autor do cântico nos deixou um testemunho maravilhoso de como a alma humana pode encontrar plena satisfação em Deus, conforme se destaca nos versículos acima.
 A mesma satisfação pode ser encontrada por nós quando buscamos ao Senhor de todo o coração. Esse é o primeiro passo conforme nos revela o salmista: “Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (1). Tais palavras revelam o profundo e intenso desejo de um coração apaixonado e convicto de que o ser humano só pode encontrar satisfação em Deus, que o criou conforme sua imagem e semelhança.
Outro passo em direção a esta satisfação pessoal é colocar na graça do Senhor toda a nossa confiança. Olhemos para o que diz o cântico sobre isso: “Assim eu te contemplo no santuário, para ver a tua força e a tua glória. Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam” (2,3). Como Davi, depois que passamos a confiar e a depender dos favores imerecidos do Pai Eterno para o suprimento de todas as nossas necessidades, o nosso viver experimenta um nível de satisfação tal que, ainda que estejamos atravessando um “deserto” também, nossos lábios louvam continuamente ao Senhor.
Manter a nossa alegria no Senhor é outro importantíssimo passo para que a alma humana esteja sempre satisfeita. Ela nunca será saciada plenamente se colocarmos a nossa alegria nas pessoas, nas coisas materiais e em ideais nesta vida que não sejam compatíveis com os propósitos do reino de Deus. Sobre essa verdade o salmista não deixa nenhuma dúvida ao afirmar que “o rei, porém, se alegra em Deus; quem por ele jura gloriar-se-á, pois se tapará a boca dos que proferem mentira” (11).
Amados leitores, não podemos de forma alguma nos afastar desta “fonte” inesgotável de satisfação, ou seja, da comunhão com o nosso querido Deus pela mediação de nosso Senhor e Salvador Jesus  Cristo, em quem nós temos sido abençoados “com toda sorte de benção espiritual” (Ef 1.3). Não importa as circunstâncias que estejamos atravessando, quando buscamos a Jesus Cristo de todo o coração, confiando em sua maravilhosa graça e mantendo nEle a nossa alegria, a nossa alma estará sempre satisfeita. Louvado seja o Senhor para todo o sempre!
Pr Sidney Rosa

sábado, 9 de junho de 2012

FÉ INABALÁVEL


Uma vez falou Deus, duas vezes eu ouvi isto: Que o poder pertence a Deus, e a ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obrasSl 62.11,12

Temos diante de nós mais um salmo atribuído ao rei Davi, composto em dias de lutas, amarguras, perseguições e sofrimentos. Muitas pessoas davam como certa a queda do servo de Deus, conforme o testemunho no terceiro versículo: “Até quando acometereis vós a um homem, todos vós, para o derribardes, como se fosse uma parede pendida ou um muro prestes a cair?”. Apesar dessa infeliz e terrível expectativa dos adversários, Davi não caiu porque cultivou uma fé inabalável em Deus. Olhemos para os versos destacados nos versículos acima e busquemos os elementos que tornam também a nossa fé vitoriosa e inabalável.
O primeiro elemento que torna a nossa fé inabalável é a confiança plena no incomparável poder que pertence ao Senhor. Davi não tinha dúvida nenhuma disso: “Uma vez falou Deus, duas vezes eu ouvi isto: Que o poder pertence a Deus (...)”. Quando somos dominados pela mesma convicção, a nossa confiança não é colocada em nosso desempenho ou em nossa capacidade pessoal, nem no poder econômico ou político, mas no Senhor Jesus que tem todo poder e toda autoridade no universo, pois para Ele não existe impossibilidade nenhuma.
Outro elemento que contribui para a firmeza de nossa fé é a plena dependência da suficiente graça divina. Observemos a declaração maravilhosa do salmista: “(...) e a ti, Senhor, pertence a graça (...). Não apenas a graça salvadora (Ef 2.8,9), mas também a graça que nos sustenta em nossa caminhada de fé até tomarmos posse definitivamente do nosso lugar na glória celestial. Se não reconhecermos a nossa total dependência da graça de Deus, não suportamos os “espinhos” da vida que nos machucam tanto (II Co 12.7-10).
Finalmente, não podemos dispensar da nossa vida a plena esperança na infalível justiça de Deus para manutenção de nossa fé. É outro elemento indispensável em nossa vida e também em nossos relacionamentos, conforme nos revela o salmista: “(...) pois  a cada um retribuis segundo as suas obras”.  Muitos já naufragaram na fé porque acharam que Deus foi injusto no tratamento com eles ou, então, que a justiça divina foi lenta ou incompleta ao ser aplicada nos outros. A justiça de Deus é perfeita, colhemos aquilo que naturalmente semeamos em nossa jornada de vida (Gl 6.7-10).
Amados leitores, a fé inabalável vem pelo ouvir e crer na voz de Deus: “Uma vez falou Deus, duas vezes eu ouvi isto (...)”. Conforme aconteceu com Davi, há muitos adversários que torcem pela nossa derrota, ou seja, que dão como certa a nossa queda a qualquer momento. Contudo, podemos ser mais que vencedores se cofiarmos plenamente no incomparável poder, na suficiente graça e na infalível justiça de Deus.
Pr Sidney Rosa

sábado, 2 de junho de 2012

REFÚGIO VERDADEIRO


Leva-me para a rocha que é alta demais para mim; pois tu me tens sido refúgio e torre forte contra o inimigo.Sl 61.2b,3

O conteúdo deste salmo revela o lamento de alguém que está angustiado por estar longe de Jerusalém, local onde estava o tabernáculo que guardava a Arca da Aliança. Muitos consideram que o autor seja o rei Davi, fazendo referência aos dias atribulados em que enfrentou a furiosa perseguição de seu sogro Saul, ou então, aos tempos não menos angustiosos em que, anos depois, teve pela frente a rebelião furiosa de Absalão, seu próprio filho. Seja qual for a ocasião da composição, aprendemos com o salmista que temos razões suficientes para fazer do Senhor o nosso refúgio.
Fazemos do Senhor o nosso refúgio seguro quando reconhecemos a nossa total dependência dEle. O salmista não esconde essa realidade, pois inicia o cântico declarando: “Ouve, ó Deus, a minha súplica;  atende a minha oração. Desde os confins da terra clamo a ti, no abatimento do meu coração” (1,2a). Deus sempre permite que seus amados filhos enfrentem situações adversas, desafiadoras e algumas até ameaçadoras para reconhecerem que, sem Ele, nada podem fazer. Por isso, não podemos deixar de fazer uso da prática de constantes e fervorosas orações suplicando o auxilio que vem do Pai Celeste. Não fique com o coração abatido por causa das circunstâncias desfavoráveis, os problemas desta vida e os ataques dos inimigos que talvez você esteja enfrentando. Clame ao Senhor! Busque ao Senhor enquanto você pode achá-lo; invoque-o enquanto está perto. (Is 55.6)
Devemos fazer do Senhor o nosso refúgio verdadeiro porque Ele é a nossa única esperança. O salmista nunca perdeu totalmente a esperança. Mesmo em dias os mais angustiosos e aflitivos, ele expressa a esperança de que dias melhores virão: “Assista eu no tabernáculo, para sempre; no esconderijo das tuas asas eu me abrigo (...) Dias sobre dias acrescentas ao rei; duram os seus anos gerações após gerações” (4,6). Esta deve ser também a confiança de todos os filhos de Deus. No enfrentamento das situações difíceis desta vida, ainda que os dias estejam sombrios, nublados e tenebrosos no momento, não podemos perder de vista que “Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo” (I Jo 4.4b). Por isso, no Senhor Jesus Cristo, todos os filhos de Deus podem olhar para o futuro com verdadeira esperança: dias melhores com certeza virão para todo aquele que faz do Senhor o seu “refúgio e torre forte de proteção contra os inimigos” (3).
Amados leitores, louvado seja o Senhor Jesus Cristo para todo o sempre! Ai de nós se Ele não fosse o nosso refúgio verdadeiro em todas as situações desta vida. Em virtude de nossa fragilidade, como seres humanos, não podemos abrir mão deste refúgio divino, pois o Senhor é nossa única esperança como sempre cantamos no refrão de um belo hino do cantor cristão (324): “No poder de Cristo, o Mestre, minha vida salva está! Do perigo que cercá-la, ele poderá livrá-la: seu poder eterno sempre a susterá”. Louvado seja o Senhor!
Pr Sidney Rosa


sábado, 26 de maio de 2012

VITÓRIA GARANTIDA


Em Deus faremos proezas, porque ele mesmo calca aos pés os nossos adversáriosSl 60.12

O versículo destacado nos revela a convicção de Davi em ter vitória garantida frente às várias batalhas contra os diversos inimigos de Israel. O salmo começa em forma de lamento, pois em algumas ocasiões a vitória esteve longe dos filhos de Jacó em virtude da infidelidade à Aliança estabelecida com o Senhor. Mas, no término do cântico, temos algumas orientações sobre como podemos ter a vitória sobre todos os nossos inimigos.
A vitória é certa para todo cristão que é conduzido pelo Senhor. O salmista lembra, em forma de interrogação, a segurança de quando se tem a condução do Pai Celestial para a batalha: “Quem me conduzirá à cidade fortificada? Quem me guiará até Edom?” (9). Nas lutas da vida não pode ser diferente, não podemos ser conduzidos pelo “mundo” e nem pela nossa “carne”, ou seja, pela nossa natureza pecaminosa, pois seremos inevitavelmente derrotados.
O viver consagrado ao Senhor dos Exércitos é outra condição para a vitória dos filhos de Deus.  Davi sabia que a presença do Senhor era indispensável na batalha contra os inimigos, por isso faz a seguinte exclamação: “Não nos rejeitastes, ó Deus? Tu não sais, ó Deus, com os nossos Exércitos!” (10). O Senhor só não luta conosco e por nós, quando deixamos de priorizar uma vida de santidade, caso contrário, Ele nunca nos deixa e muito menos nos desampara na batalha contra o maligno e o pecado.
A vitória sempre estará garantida para aqueles que verdadeiramente confiam no Deus Eterno. Reveladora é A declaração de fé do salmista: “Presta-nos auxílio na angústia, pois vão é o socorro do homem” (11). Muitas ainda confiam em “carros ou cavalos”, ou seja, na capacidade humana em lidar com os problemas essenciais desta vida, mas Deus nunca concederá a vitória sobre o pecado, a morte e o inferno para aqueles que, dominados pela soberba, ainda não se humilham com fé diante de Jesus Cristo.
Sim! “Em Deus podemos fazer proezas”, ou seja, conquistar vitórias maravilhosas, “pois ele mesmo calca aos pés os nossos adversários”. Não pode ser outra a convicção para aqueles que lutam, batalham e pelejam para viverem segundo a vontade de Deus neste mundo. Apesar de todas as ameaças, investidas, intimidações, armadilhas e planos dos nossos inimigos para nos destruírem (o mundo, a carne e o diabo), temos a vitória garantida quando, com as nossas vidas consagradas, confiamos no Senhor e na sua palavra.
Pr Sidney Rosa



sábado, 19 de maio de 2012

CUIDADO DIVINO


Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústiaSl 59.16

O conteúdo do salmo destacado revela que seu autor estava vivendo um momento delicadíssimo, pois sua vida corria risco real de ser ceifada por “homens sanguinários” (2b). Muitos afirmam que este cântico foi composto por Davi quando, numa determinada noite, sua residência foi cercada de soldados enviados por Saul para tirar-lhe a vida (I Sm 19.8-17). Sendo assim, aprendemos neste hino que sempre podemos contar com o cuidado de Deus em todas as situações de nossa vida.
Deus sempre cuida de seus filhos provendo fortalecimento para enfrentar as lutas diárias. A respeito desse cuidado, a convicção do salmista é tanta que declara: “Eu, porém, cantarei a tua força (...)”. Não podemos abrir mão desse fortalecimento que vem da parte do Senhor. Em muitas situações da vida, a lutas, as barreiras, os desafios e os riscos são muitos que chegamos ao limite das nossas forças físicas, emocionais e espirituais. Contudo, não podemos esquecer a recomendação da palavra de Deus: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força de seu poder”. Ef 6.10
Deus também não deixa de cuidar dos seus enviando misericórdia a cada manhã. Ainda que o salmista tenha vivido uma noite tenebrosa, sinistra, perigosa e até de lágrimas, ele faz uma tremenda declaração de fé: “(...) pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia”.  No cuidado do Pai Eterno para conosco, as suas misericórdias “são a causa de não sermos consumidos, pois as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã” (Lm 3.22,23). Por isso, também não podemos deixar de louvar ao Senhor com sincera alegria pela misericórdia dele sobre as nossas vidas.
Deus cuida com muito carinho dos seus amados provendo proteção contra os inimigos. É o que o autor do cântico nos revela em seu testemunho: “(...) pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da angústia”. Como discípulos de Jesus Cristo, na caminhada da fé, somos constantemente assediados pelo inimigo das nossas vidas, o Diabo, que “anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (I Pe 5.8b). Só o Senhor é o nosso “alto refúgio”, através de nossa comunhão com Ele, para nos proteger de todas as investidas do nosso Adversário.
Portanto, queridos leitores façamos coro com o salmista neste maravilhoso dia que o Senhor nos faz. Cantemos, louvemos e celebremos com alegria ao Senhor porque Ele tem cuidado de cada um de nós de uma maneira toda especial. Ainda que você tenha atravessado noites difíceis, doloridas, perigosas e até de lágrimas, lembre-se que o Senhor continua cuidando da sua vida: dando-lhe forças, sendo misericordioso e um refúgio seguro nos dias de angústia.
Pr Sidney Rosa





sábado, 12 de maio de 2012

AMOR MATERNO


A verdadeira mãe do menino, com o coração cheio de amor pelo filho, disse: Por favor, senhor, não mate o meu filho! Entregue-o a esta mulher! Mas outra disse: Podem cortá-lo em dois pedaços! Assim ela não será nem meu nem seu.I Rs 3.26

O contexto do versículo destacado nos revela que a situação do rei Salomão era delicada, pois ele tinha que decidir qual era a verdadeira mãe, entre duas mulheres, que disputavam a maternidade da mesma criança. Se naquela época existisse o teste de DNA, a questão seria resolvida em pouco tempo, mas não existia. Todavia, o rei contava com a sabedoria de Deus para fazer justiça, por isso pediu uma espada e deu uma ordem inusitada: “Cortem a criança viva pelo meio e deem a metade para cada uma destas mulheres” (23). Foi nesse momento que o amor materno foi aguçado, a criança foi poupada e o rei pôde entregá-la à verdadeira mãe.
Nesse dia, quando comemoramos o dia das mães, não podemos deixar de louvar e agradecer a Deus por esse maravilhoso amor que ele derramou no coração de todas as mulheres que receberam a graça de serem mães biológicas ou mães adotivas. Movidas pelo amor materno, elas são capazes de fazer o que for necessário para o bem estar, crescimento, desenvolvimento e educação dos filhos. Por amor, são capazes de darem a vida pelos filhos, como aconteceu com uma mãe inglesa, algum tempo atrás, quando  amplo noticiário nos deu conta do grande amor revelado por aquela mãe que preferiu morrer para que o seu filho vivesse. Ela estava grávida quando descobriu ser possuidora de uma enfermidade fatal. A única medicação, no caso, seria grandemente prejudicial ao feto. Assim, ela deixou que a moléstia tomasse conta de seu organismo, para que, o filho querido ficasse ileso. Veio a morrer de câncer logo após o parto. O filho nasceu perfeito.
O amor de mãe é maravilhoso e divino, por isso concluímos com as palavras de Rosana Nazar: “Mãe é uma só. Mãe é uma só. E como está o seu amor por ela? Mãe é uma só. E como está o seu cuidado para com ela? Mãe é uma só. E como está o seu carinho com ela? Mãe – Pessoa especial que Deus colocou na sua vida para lhe abençoar e porque não abençoá-la também? Quando se é pequeno, as gracinhas inconscientes do filho fazem a mãe feliz. Quando se cresce é preciso conscientemente fazê-la feliz. É preciso ser bênção para ela enquanto a tem por perto para que não venha a lamentar quando não tiver mais a oportunidade em fazê-lo”. Feliz Dia das Mães!

Pr Sidney Rosa

sábado, 5 de maio de 2012

ALEGRIA DO JUSTO


Então, se dirá: Na verdade, há recompensa para o justo; há um Deus, com efeito, que julga na terra
Sl 58.11

No salmo em destaque, Davi manifesta um protesto veemente contra a corrupção que dominava durante os seus dias, principalmente entre as autoridades constituídas. O conteúdo do cântico revela claramente a inconformação dele em perceber que a injustiça imperava na sociedade de tal forma que poderia se pensar que não valia a pena praticar a justiça, ou seja, trilhar no caminho da honestidade ou integridade moral. Em seu clamor contra a impiedade e injustiça, aprendemos algumas verdades esclarecedoras e confortadoras.
O salmista nos revela que toda injustiça será devidamente condenada por Deus. É o que claramente afirma a segunda parte do versículo em destaque: “(...) há um Deus, com efeito, que julga a terra”.  Não se deve pensar que as nossas ações, palavras e pensamentos não são vistos pelos olhos do Eterno. Fomos criados por Ele para vivermos segundo a sua vontade, conforme foi revelada e está registrada na Bíblia Sagrada. A vontade deste Juiz de toda a terra, para cada ser humano, é boa, perfeita e agradável. Sua justiça é perfeita e aplicada com muito amor, pois tem como propósito principal nos abençoar, nos ensinar, nos corrigir e nos conduzir sempre no caminho da felicidade eterna. Ainda que muitos não busquem e nem se preocupem com a justiça dos Céus, por isso tanta maldade, engano, violência, corrupção, fraude, traições..., não podemos esquecer de que o Deus Eterno, que julga todas as pessoas deste planeta com perfeita justiça, “não inocenta o culpado”.
O salmista também nos revela que toda justiça será devidamente recompensada por Deus. É o que se percebe claramente na primeira parte do versículo: “Então, se dirá: Na verdade, há recompensa para o justo (...). Isso nos conforta e nos fortalece tremendamente para perseverarmos no caminho da justiça, da honestidade e da integridade moral. Muitas vezes, somos tentados a deixar de lado os valores do reino de Deus, em nossa conduta diária, para adotarmos o estilo de vida dos ímpios, dos incrédulos, ou seja, daqueles que não têm temor e nenhum compromisso com o Senhor e sua Igreja, pois parece, aos olhos humanos, que prosperam, crescem, são tão felizes e despreocupados. Cuidado! Não se deixe iludir, pois as aparências enganam. Fomos justificados em Cristo Jesus, por meio da fé, para vivermos uma vida justa, santa e piedosa aos olhos do nosso Pai Celestial. Se assim vivermos, Ele garantiu a justa recompensa aos seus filhos: “Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los”. Lc 18.7
Portanto, queridos leitores, não podemos perder o foco na vida cristã. Ainda que a sociedade humana esteja cada vez mais pervertida e corrompida, nos seus valores morais e espirituais, porque o “mundo jaz no maligno”, não podemos nos conformar com ela. Estamos nela, mas somos de Deus. Não podemos deixar de “ter fome e sede de justiça”, ou seja, viver uma vida marcada pela honestidade, transparência e integridade, pois a nossa alegria esta na certeza de que: “Na verdade, há recompensa para o justo (...)”.
Pr Sidney Rosa






sábado, 28 de abril de 2012

REFÚGIO SEGURO


Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidadesSl 57.1

Temos outro salmo cuja composição é atribuída a Davi, quando, para fugir da ira de Saul, se oculta numa caverna. Não sabemos ao certo se foi na caverna de Adulão (I Sm 21) ou se nos esconderijos do deserto de En-gedi (I Sm 24), mas o conteúdo do cântico não deixa dúvida de que a ocasião era de grande aperto e aflição e que, somente no refúgio divino, a alma de Davi encontrou alívio e segurança. Como é importante saber e crer que todo discípulo de Cristo sempre encontra em Deus um refúgio seguro em momentos de grande perigo. Consideremos os seguintes motivos.
É nesse refúgio que recebemos auxílio dos céus. O salmista não tem dúvida sobre isso, pois seu testemunho é muito claro: “Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. Ele dos céus envia o meu auxílio e me livra; cobre de vergonha os que me ferem (...)(2,3a). Não são poucas as vezes que também experimentamos dias de calamidades, como Davi, mas não entremos em desespero porque podemos ter certeza de que o auxílio dos céus providenciará o livramento daqueles que querem nos destruir.
É também no refúgio divino que experimentamos a misericórdia do Senhor. Além de clamar ao Deus Altíssimo por auxílio, Davi também suplica: “(...) Envia a sua misericórdia (...)” (3b). Ele não pede apenas o livramento dos seus inimigos, mas também reconhece a sua fragilidade em virtude do pecado. A sinceridade sempre foi uma característica marcante na vida de Davi, pois sempre foi capaz de reconhecer seus pecados e saber que as “misericórdias do Senhor é a causa de não sermos consumidos”.
É buscando sempre esse refúgio que provamos a fidelidade do Senhor. O clamor do salmista ao Deus Altíssimo inclui também o envio desse atributo divino: “(...) Envia a sua fidelidade” (3c). Deus nunca falhou no cumprimento de suas promessas, ainda que nós falhemos no cumprimento de nossos votos, o que entristece muito o Espírito Santo que habita em nós! Fiel às suas promessas, Deus provou seu grande amor para conosco, “em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Deus é fiel!
Assim sendo, amados leitores, busquemos sempre acolhimento nesse refúgio gracioso, como diz o salmista: “à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades”. O refúgio que os recursos humanos oferecem neste mundo são frágeis e enganadores. Somente o refúgio de Deus nos garante a segurança e a vitória nos dias que atravessamos, pois no Senhor Jesus Cristo recebemos o auxílio, experimentamos a misericórdia e provamos a fidelidade de Deus. Louvado seja o Senhor!
 Pr Sidney Rosa







sábado, 21 de abril de 2012

ENFRENTANDO A TRAIÇÃO

Com efeito, não é o inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; mas és tu homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigoSl 55.12,13

Uma experiência humana que causa muita dor ao coração é ser vítima de traição. A composição deste salmo é atribuída a Davi quando enfrentava a rebelião do próprio filho Absalão que desejava ocupar o lugar do pai no trono de Israel. Se não bastasse esse problema na vida rei, ele se vê traído por Aitofel, amigo íntimo e um dos conselheiros mais conceituados do governo, que passara para o lado de Absalão. A reação de Davi diante desta situação é muita instrutiva no sentido de termos que lidar com a traição.
A primeira reação do servo de Deus foi apresentar suas queixas ao Senhor. Com certeza o choque foi fortíssimo quando Davi recebeu a notícia da traição de seu amigo, mas ele não entrou em desespero, pois o cântico nos revela algo tremendo: “Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará. À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz” (16,17). Não adiantava o rei ficar lamentado ou queixando-se para as pessoas, por isso ele gastou tempo tratando do seu coração ferido na presença do Senhor.
Outra reação do rei de Israel foi buscar o livramento que vem do Alto. Davi não apenas apresenta suas queixas, mas também implora a intervenção de Deus: “Livra-me a alma, em paz, dos que me perseguem; pois são muitos contra mim” (18). Com a experiência de vida que Davi tinha e com toda a “máquina” do governo a seu favor, poderia ter enfrentado aquela situação e resolvido as coisas ao seu modo, contudo ele prefere buscar o livramento que vem do Alto pois ele tinha certeza de que Deus não desampara seus filhos nos momentos de aflição e sempre age com justiça em favor deles.
Ainda outra reação muita instrutiva do autor do cântico foi lançar sobre o Senhor Deus as suas preocupações. Sobre isso o salmo nos revela: “Entregue suas preocupações ao Senhor, ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair” (22). Além da aflição e dor que atingem o coração da pessoa traída, ela é também tomada por uma preocupação excessiva e fora do comum chamada de ansiedade. Doença que atinge milhares de pessoas na atualidade. O melhor tratamento para a ansiedade é entregar todas as nossas preocupações ao Senhor e descansar nele (I Pe 5.6,7).
Portanto, amigos leitores, ninguém está livre de ser vítima de algum tipo de traição nesta vida. Ela pode vir do cônjuge, dos pais, dos filhos, do patrão, dos empregados, dos irmãos, dos familiares, dos vizinhos, ou daquele amigo íntimo. Até mesmo o nosso Senhor Jesus Cristo foi vítima da traição de um amigo íntimo! Se você for traído por alguém se lembre de reagir de maneira sábia, ou seja, apresentado suas queixas ao Pai Eterno, buscando dEle o livramento e colocando todas as suas preocupações diante do trono da graça divina. Com certeza, o nosso Deus vai te abençoar de uma maneira toda especial.

Pr Sidney Rosa




domingo, 15 de abril de 2012

BONDADE DIVINA

Oferecer-te-ei voluntariamente sacrifícios; invocarei o teu nome, ó Senhor, porque é bomSl 54.6

Este salmo é atribuído a Davi que o compôs em um momento muito delicado e aflitivo de sua vida. Fugindo de Saul, Davi procura se esconder no deserto de Zife, mas assim que souberam os zifeus o denunciaram diante de Saul que logo partiu com seu exército para tirar a vida do filho de Jessé. Nesse momento de aflição e perigo, a oração do salmista nos ensina porque devemos confiar na infalível bondade de Deus.
A ajuda que vem dos céus para cada cristão é uma fortíssima razão para confiarmos sempre na bondade de nosso Pai Eterno. Naquele momento de dúvida e se sentido traído, Davi faz uma convincente declaração de fé: “Eis que Deus é o meu ajudador (...)” (4a). Quando temos essa mesma convicção, a paz que excede todo entendimento domina a nossa mente e também o nosso coração, pois Deus tem prazer em dispensar sua ajuda para todos os que confiam em sua infinita bondade.
O sustento da nossa vida é também outro maravilhoso motivo para não deixarmos de confiar na bondade divina. O salmista deixa isso bem claro no cântico: “(...) o Senhor é quem me sustenta a vida” (4b). Com essa mesma certeza, não podemos deixar que o medo domine os nossos corações, ainda que estejamos vivendo sob várias ameaças e riscos na atualidade, pois sendo nossas vidas sustentadas por Deus, com certeza Ele não permitirá que nada e ninguém prejudiquem os pensamentos de paz planejados para os seus filhos.
A justiça que vem do Alto é finalmente outra bendita razão para nunca duvidarmos da bondade do Deus Eterno. Davi não esperava aquela atitude dos zifeus em denunciá-lo perante o rei Saul e, muito menos, dava motivos para ser cruelmente perseguido como foi pelo mesmo rei. Contudo, ele não esperava na justiça dos homens e nem fazia justiça com as próprias mãos, por isso afirmou: “Ó Deus, salva-me, pelo teu nome, e faze-me justiça, pelo teu poder”. (1)
À luz dessas razões, amados leitores, podemos fazer coro com o salmista declarando toda nossa disposição em confiar plenamente na bondade divina. Talvez seu momento de vida seja semelhante ao do salmista, pois você tem experimentado a dor, a aflição, a traição, a perseguição, a ameaça de morte, a dúvida, o medo... Bondade divina é o amor de Deus em ação, graciosamente, nos dispensando ajuda, sustentando-nos e nos fazendo justiça pelo seu poder. Louvemos de coração o nosso Deus e Pai pela sua infinita bondade.
Pr Sidney Rosa


sábado, 7 de abril de 2012

ANSEIO SANTO

Quem me dera de Sião viesse já o livramento de Israel! Quando Deus  restaurar a sorte do seu povo, então, exultará Jacó, e Israel se alegraráSl 53.6

Não sabemos ao certo quem foi o escritor humano inspirado por Deus para escrever o salmo destacado, alguns afirmam ser Davi outros já discordam, mas uma coisa fica bem clara no versículo acima, há um profundo anseio no coração dele em ver a salvação do seu povo acontecendo já: “Tomara de Sião viesse já salvação!”.  Há urgência de uma intervenção de Deus para que o povo tenha novamente a sorte restaurada, ou seja, prosperem novamente e retorne a alegria. Quando percebemos os motivos pelos quais ele anseia tanto a intervenção do Senhor somos também tomados pelo mesmo sentimento.
Um dos motivos diz respeito à insensatez de muitos em afirmar a não existência de Deus, pessoas que se deixaram levar pela falácia do ateísmo. “Doutrina ou atitude de espírito que nega categoricamente a existência de Deus, asseverando a inconsistência de qualquer saber ou sentimento direta ou indiretamente religioso, seja aquele calcado na fé ou revelação, seja o que se propõe alcançar a divindade em uma perspectiva racional ou argumentativa” (Dicionário Houaiss). Por isso, o salmista chama as pessoas que assim adreditam de loucas ou insensatas: “Diz o insensato no seu coração: não há Deus”. (1)
Além disso, outro motivo que afligia o coração do salmista e o levou a ansiar pela intervenção divina é a corrupção geral da humanidade. Sobre isso o salmo faz uma revelação estarrecedora: “Do céu Deus olha para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer”. (2,3) Que terrível quadro Deus contempla dos céus com o coração cheio de tristeza! O pecado corrompeu de tal forma o coração humano que levou a humanidade viver e agir como se nunca tivesse que prestar contas ao Senhor. Que terrível engano!
Finalmente o salmista considera, como motivo para uma urgente intervenção do Alto, a situação opressora na qual vivia o povo escolhido de Deus. Dois versículos do salmo nos revelam isso: “Acaso, não entendem todos os obreiros da iniqüidade, que devoram o meu povo, como quem come pão, que não invocam o Senhor? Tomar-se-ão de grande pavor, porque Deus está com a linhagem do justo”. (4,5) O povo de Deus, ao longo de toda história humana, sempre foi vítima de graves injustiças e perseguições cruéis, explorados e oprimidos por causa da fé em Cristo. Mas Deus sempre esteve do lado dos seus filhos fiéis. Aleluia!
Como vimos, meus queridos leitores, não é sem motivos que o salmista exclama: “Tomara de Sião viesse já salvação de Israel!”. Nosso coração é tomado pelo mesmo anseio quando olhamos ao nosso redor sob a ótica da mensagem revelada no salmo. Dói em nossa alma também ver que o ateísmo, sob várias formas, cresce e domina o coração de muitos, que os fatos do dia a dia não negam a universalidade do pecado corrompendo a humanidade e, mais ainda, que os “obreiros da iniqüidade (...) devoram”, ou seja, exploram e oprimem a boa fé daqueles que buscam viver segundo a vontade de Deus. Maranata! Vem Senhor Jesus!
Pr Sidney Rosa