“Tem misericórdia de mim, ó
Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas
asas me abrigo, até que passem as calamidades” Sl 57.1
Temos outro salmo cuja
composição é atribuída a Davi, quando, para fugir da ira de Saul, se oculta
numa caverna. Não sabemos ao certo se foi na caverna de Adulão (I Sm 21)
ou se nos esconderijos do deserto de En-gedi (I Sm 24), mas o conteúdo
do cântico não deixa dúvida de que a ocasião era de grande aperto e aflição e
que, somente no refúgio divino, a alma de Davi encontrou alívio e segurança.
Como é importante saber e crer que todo discípulo de Cristo sempre encontra em
Deus um refúgio seguro em momentos de grande perigo. Consideremos os seguintes
motivos.
É nesse refúgio que
recebemos auxílio dos céus. O salmista não tem dúvida sobre isso, pois
seu testemunho é muito claro: “Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por
mim tudo executa. Ele dos céus envia o meu auxílio e me livra; cobre de
vergonha os que me ferem (...)” (2,3a). Não são poucas as vezes que
também experimentamos dias de calamidades, como Davi, mas não entremos em
desespero porque podemos ter certeza de que o auxílio dos céus providenciará o
livramento daqueles que querem nos destruir.
É também no refúgio divino
que experimentamos a misericórdia do Senhor. Além de clamar ao Deus
Altíssimo por auxílio, Davi também suplica: “(...) Envia a sua misericórdia
(...)” (3b). Ele não pede apenas o livramento dos seus inimigos, mas
também reconhece a sua fragilidade em virtude do pecado. A sinceridade sempre
foi uma característica marcante na vida de Davi, pois sempre foi capaz de
reconhecer seus pecados e saber que as “misericórdias do Senhor é a causa de
não sermos consumidos”.
É buscando sempre esse
refúgio que provamos a fidelidade do Senhor. O clamor do salmista ao
Deus Altíssimo inclui também o envio desse atributo divino: “(...) Envia a
sua fidelidade” (3c). Deus nunca falhou no cumprimento de suas
promessas, ainda que nós falhemos no cumprimento de nossos votos, o que
entristece muito o Espírito Santo que habita em nós! Fiel às suas promessas,
Deus provou seu grande amor para conosco, “em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Deus é fiel!
Assim sendo, amados
leitores, busquemos sempre acolhimento nesse refúgio gracioso, como diz o
salmista: “à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades”.
O refúgio que os recursos humanos oferecem neste mundo são frágeis e
enganadores. Somente o refúgio de Deus nos garante a segurança e a vitória nos
dias que atravessamos, pois no Senhor Jesus Cristo recebemos o auxílio,
experimentamos a misericórdia e provamos a fidelidade de Deus. Louvado seja o
Senhor!
Pr Sidney Rosa