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sábado, 28 de abril de 2012

REFÚGIO SEGURO


Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidadesSl 57.1

Temos outro salmo cuja composição é atribuída a Davi, quando, para fugir da ira de Saul, se oculta numa caverna. Não sabemos ao certo se foi na caverna de Adulão (I Sm 21) ou se nos esconderijos do deserto de En-gedi (I Sm 24), mas o conteúdo do cântico não deixa dúvida de que a ocasião era de grande aperto e aflição e que, somente no refúgio divino, a alma de Davi encontrou alívio e segurança. Como é importante saber e crer que todo discípulo de Cristo sempre encontra em Deus um refúgio seguro em momentos de grande perigo. Consideremos os seguintes motivos.
É nesse refúgio que recebemos auxílio dos céus. O salmista não tem dúvida sobre isso, pois seu testemunho é muito claro: “Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. Ele dos céus envia o meu auxílio e me livra; cobre de vergonha os que me ferem (...)(2,3a). Não são poucas as vezes que também experimentamos dias de calamidades, como Davi, mas não entremos em desespero porque podemos ter certeza de que o auxílio dos céus providenciará o livramento daqueles que querem nos destruir.
É também no refúgio divino que experimentamos a misericórdia do Senhor. Além de clamar ao Deus Altíssimo por auxílio, Davi também suplica: “(...) Envia a sua misericórdia (...)” (3b). Ele não pede apenas o livramento dos seus inimigos, mas também reconhece a sua fragilidade em virtude do pecado. A sinceridade sempre foi uma característica marcante na vida de Davi, pois sempre foi capaz de reconhecer seus pecados e saber que as “misericórdias do Senhor é a causa de não sermos consumidos”.
É buscando sempre esse refúgio que provamos a fidelidade do Senhor. O clamor do salmista ao Deus Altíssimo inclui também o envio desse atributo divino: “(...) Envia a sua fidelidade” (3c). Deus nunca falhou no cumprimento de suas promessas, ainda que nós falhemos no cumprimento de nossos votos, o que entristece muito o Espírito Santo que habita em nós! Fiel às suas promessas, Deus provou seu grande amor para conosco, “em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8). Deus é fiel!
Assim sendo, amados leitores, busquemos sempre acolhimento nesse refúgio gracioso, como diz o salmista: “à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades”. O refúgio que os recursos humanos oferecem neste mundo são frágeis e enganadores. Somente o refúgio de Deus nos garante a segurança e a vitória nos dias que atravessamos, pois no Senhor Jesus Cristo recebemos o auxílio, experimentamos a misericórdia e provamos a fidelidade de Deus. Louvado seja o Senhor!
 Pr Sidney Rosa







sábado, 21 de abril de 2012

ENFRENTANDO A TRAIÇÃO

Com efeito, não é o inimigo que me afronta; se o fosse, eu o suportaria; nem é o que me odeia quem se exalta contra mim, pois dele eu me esconderia; mas és tu homem meu igual, meu companheiro e meu íntimo amigoSl 55.12,13

Uma experiência humana que causa muita dor ao coração é ser vítima de traição. A composição deste salmo é atribuída a Davi quando enfrentava a rebelião do próprio filho Absalão que desejava ocupar o lugar do pai no trono de Israel. Se não bastasse esse problema na vida rei, ele se vê traído por Aitofel, amigo íntimo e um dos conselheiros mais conceituados do governo, que passara para o lado de Absalão. A reação de Davi diante desta situação é muita instrutiva no sentido de termos que lidar com a traição.
A primeira reação do servo de Deus foi apresentar suas queixas ao Senhor. Com certeza o choque foi fortíssimo quando Davi recebeu a notícia da traição de seu amigo, mas ele não entrou em desespero, pois o cântico nos revela algo tremendo: “Eu, porém, invocarei a Deus, e o Senhor me salvará. À tarde, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei; e ele ouvirá a minha voz” (16,17). Não adiantava o rei ficar lamentado ou queixando-se para as pessoas, por isso ele gastou tempo tratando do seu coração ferido na presença do Senhor.
Outra reação do rei de Israel foi buscar o livramento que vem do Alto. Davi não apenas apresenta suas queixas, mas também implora a intervenção de Deus: “Livra-me a alma, em paz, dos que me perseguem; pois são muitos contra mim” (18). Com a experiência de vida que Davi tinha e com toda a “máquina” do governo a seu favor, poderia ter enfrentado aquela situação e resolvido as coisas ao seu modo, contudo ele prefere buscar o livramento que vem do Alto pois ele tinha certeza de que Deus não desampara seus filhos nos momentos de aflição e sempre age com justiça em favor deles.
Ainda outra reação muita instrutiva do autor do cântico foi lançar sobre o Senhor Deus as suas preocupações. Sobre isso o salmo nos revela: “Entregue suas preocupações ao Senhor, ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair” (22). Além da aflição e dor que atingem o coração da pessoa traída, ela é também tomada por uma preocupação excessiva e fora do comum chamada de ansiedade. Doença que atinge milhares de pessoas na atualidade. O melhor tratamento para a ansiedade é entregar todas as nossas preocupações ao Senhor e descansar nele (I Pe 5.6,7).
Portanto, amigos leitores, ninguém está livre de ser vítima de algum tipo de traição nesta vida. Ela pode vir do cônjuge, dos pais, dos filhos, do patrão, dos empregados, dos irmãos, dos familiares, dos vizinhos, ou daquele amigo íntimo. Até mesmo o nosso Senhor Jesus Cristo foi vítima da traição de um amigo íntimo! Se você for traído por alguém se lembre de reagir de maneira sábia, ou seja, apresentado suas queixas ao Pai Eterno, buscando dEle o livramento e colocando todas as suas preocupações diante do trono da graça divina. Com certeza, o nosso Deus vai te abençoar de uma maneira toda especial.

Pr Sidney Rosa




domingo, 15 de abril de 2012

BONDADE DIVINA

Oferecer-te-ei voluntariamente sacrifícios; invocarei o teu nome, ó Senhor, porque é bomSl 54.6

Este salmo é atribuído a Davi que o compôs em um momento muito delicado e aflitivo de sua vida. Fugindo de Saul, Davi procura se esconder no deserto de Zife, mas assim que souberam os zifeus o denunciaram diante de Saul que logo partiu com seu exército para tirar a vida do filho de Jessé. Nesse momento de aflição e perigo, a oração do salmista nos ensina porque devemos confiar na infalível bondade de Deus.
A ajuda que vem dos céus para cada cristão é uma fortíssima razão para confiarmos sempre na bondade de nosso Pai Eterno. Naquele momento de dúvida e se sentido traído, Davi faz uma convincente declaração de fé: “Eis que Deus é o meu ajudador (...)” (4a). Quando temos essa mesma convicção, a paz que excede todo entendimento domina a nossa mente e também o nosso coração, pois Deus tem prazer em dispensar sua ajuda para todos os que confiam em sua infinita bondade.
O sustento da nossa vida é também outro maravilhoso motivo para não deixarmos de confiar na bondade divina. O salmista deixa isso bem claro no cântico: “(...) o Senhor é quem me sustenta a vida” (4b). Com essa mesma certeza, não podemos deixar que o medo domine os nossos corações, ainda que estejamos vivendo sob várias ameaças e riscos na atualidade, pois sendo nossas vidas sustentadas por Deus, com certeza Ele não permitirá que nada e ninguém prejudiquem os pensamentos de paz planejados para os seus filhos.
A justiça que vem do Alto é finalmente outra bendita razão para nunca duvidarmos da bondade do Deus Eterno. Davi não esperava aquela atitude dos zifeus em denunciá-lo perante o rei Saul e, muito menos, dava motivos para ser cruelmente perseguido como foi pelo mesmo rei. Contudo, ele não esperava na justiça dos homens e nem fazia justiça com as próprias mãos, por isso afirmou: “Ó Deus, salva-me, pelo teu nome, e faze-me justiça, pelo teu poder”. (1)
À luz dessas razões, amados leitores, podemos fazer coro com o salmista declarando toda nossa disposição em confiar plenamente na bondade divina. Talvez seu momento de vida seja semelhante ao do salmista, pois você tem experimentado a dor, a aflição, a traição, a perseguição, a ameaça de morte, a dúvida, o medo... Bondade divina é o amor de Deus em ação, graciosamente, nos dispensando ajuda, sustentando-nos e nos fazendo justiça pelo seu poder. Louvemos de coração o nosso Deus e Pai pela sua infinita bondade.
Pr Sidney Rosa


sábado, 7 de abril de 2012

ANSEIO SANTO

Quem me dera de Sião viesse já o livramento de Israel! Quando Deus  restaurar a sorte do seu povo, então, exultará Jacó, e Israel se alegraráSl 53.6

Não sabemos ao certo quem foi o escritor humano inspirado por Deus para escrever o salmo destacado, alguns afirmam ser Davi outros já discordam, mas uma coisa fica bem clara no versículo acima, há um profundo anseio no coração dele em ver a salvação do seu povo acontecendo já: “Tomara de Sião viesse já salvação!”.  Há urgência de uma intervenção de Deus para que o povo tenha novamente a sorte restaurada, ou seja, prosperem novamente e retorne a alegria. Quando percebemos os motivos pelos quais ele anseia tanto a intervenção do Senhor somos também tomados pelo mesmo sentimento.
Um dos motivos diz respeito à insensatez de muitos em afirmar a não existência de Deus, pessoas que se deixaram levar pela falácia do ateísmo. “Doutrina ou atitude de espírito que nega categoricamente a existência de Deus, asseverando a inconsistência de qualquer saber ou sentimento direta ou indiretamente religioso, seja aquele calcado na fé ou revelação, seja o que se propõe alcançar a divindade em uma perspectiva racional ou argumentativa” (Dicionário Houaiss). Por isso, o salmista chama as pessoas que assim adreditam de loucas ou insensatas: “Diz o insensato no seu coração: não há Deus”. (1)
Além disso, outro motivo que afligia o coração do salmista e o levou a ansiar pela intervenção divina é a corrupção geral da humanidade. Sobre isso o salmo faz uma revelação estarrecedora: “Do céu Deus olha para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer”. (2,3) Que terrível quadro Deus contempla dos céus com o coração cheio de tristeza! O pecado corrompeu de tal forma o coração humano que levou a humanidade viver e agir como se nunca tivesse que prestar contas ao Senhor. Que terrível engano!
Finalmente o salmista considera, como motivo para uma urgente intervenção do Alto, a situação opressora na qual vivia o povo escolhido de Deus. Dois versículos do salmo nos revelam isso: “Acaso, não entendem todos os obreiros da iniqüidade, que devoram o meu povo, como quem come pão, que não invocam o Senhor? Tomar-se-ão de grande pavor, porque Deus está com a linhagem do justo”. (4,5) O povo de Deus, ao longo de toda história humana, sempre foi vítima de graves injustiças e perseguições cruéis, explorados e oprimidos por causa da fé em Cristo. Mas Deus sempre esteve do lado dos seus filhos fiéis. Aleluia!
Como vimos, meus queridos leitores, não é sem motivos que o salmista exclama: “Tomara de Sião viesse já salvação de Israel!”. Nosso coração é tomado pelo mesmo anseio quando olhamos ao nosso redor sob a ótica da mensagem revelada no salmo. Dói em nossa alma também ver que o ateísmo, sob várias formas, cresce e domina o coração de muitos, que os fatos do dia a dia não negam a universalidade do pecado corrompendo a humanidade e, mais ainda, que os “obreiros da iniqüidade (...) devoram”, ou seja, exploram e oprimem a boa fé daqueles que buscam viver segundo a vontade de Deus. Maranata! Vem Senhor Jesus!
Pr Sidney Rosa