TRONO DIVINO

“Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono” Sl 47.8

No salmo em destaque percebe-se claramente que o propósito do escritor é louvar, exaltar e proclamar o governo soberano do Deus Criador. O cântico é considerado profético, pois aponta para o reino de Deus em Jesus Cristo e também porque coloca todas as nações sob o governo e direção do Senhor como seu rei. Como súditos desse reino abençoado e vitorioso, o salmista nos convida a olhar para o trono de Deus fazendo algumas considerações.

A santidade divina é a primeira prerrogativa que devemos levar em conta. A convicção do escritor sobre ela é tamanha que ele declara: “Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono” (2). Deus tem um trono de santidade, pelo qual Ele deve ser temido por todas as pessoas deste planeta. Principalmente por nós, seus filhos, pois o temor de Deus em nossos corações é o princípio de uma vida sábia e inteligente e também nos ajuda a prevenirmos contra o pecado. Adoremos ao Senhor na beleza de sua santidade.

A graça divina é outra consideração que devemos fazer ao contemplarmos o Senhor no seu trono. O salmista é enfático ao declarar que Deus: “Escolheu-nos a nossa herança, a glória de Jacó, a quem ele ama” (4). Fica claro que o amor gracioso de Deus pelo pecador é o grande motivo de escolher cada um de nós para receber uma herança eterna, guardada para o seu povo, no céu, onde não perde o valor e não pode se estragar e nem ser destruída. Que maravilhosa graça! Amemos ao Deus Pai de todo o nosso coração.

A glória divina é também outra observação que devemos destacar ao olharmos para Deus em seu alto e sublime trono. Impressionante é a conclusão do salmo: “Os príncipes dos povos se reúnem, o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele se exaltou gloriosamente” (9). Tudo e todos pertencem ao nosso Deus e Pai e nada acontece sem a permissão dEle, por isso sua glória enche os céus, a terra e também deve encher os nossos corações para que o louvemos, reconhecendo sua glória eterna.

Diante dessas considerações, amados leitores, estando em mais um final de ano concedido pelo Pai Celestial, podemos olhar para traz e perceber que Deus esteve no governo e direção de nossas vidas, nos fazendo “mais que vencedores em Cristo Jesus”. Agora, através de Jesus, podemos entrar na “sala do trono”, na presença de Deus, para agradecermos por mais um ano que se finda e suplicar por um ano novo abençoado. Feliz 2010 para você e toda sua família!

Pr Sidney Rosa

ENCONTRANDO QUIETUDE

“Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus, sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra” 46.10

Não se pode afirmar com certeza a qual ocasião da história do povo de Israel o salmo quarenta e seis faz referência, mas tudo indica que foi composto para celebrar algum livramento marcante, da parte de Deus, quando os moradores de Jerusalém se sentiam aflitos e inquietos por estarem ameaçados pelos inimigos. Assim sendo, ainda que sejamos cercados por várias ameaças e tentações que nos atribulam nesta vida, podemos experimentar uma verdadeira quietude na mente e no coração.

Com Deus sendo o nosso único refúgio, encontraremos a quietude que tanto o coração humano procura, pois o salmista começa o cântico: “Deus é o nosso refúgio (...) bem presente nas tribulações” (1a). Ainda que você esteja enfrentando as piores situações e a solução para os problemas pareça impossível, é somente na comunhão com Deus que encontrará o único abrigo invencível que nos protege contra todos os ataques de Satanás.

Com o Senhor sendo também a nossa fortaleza, manteremos a serenidade que a alma humana tanto necessita, pois essa é outra afirmação que o salmista faz: “O Senhor é nossa fortaleza (...) bem presente nas tribulações” (1b). No esforço de perseverar na carreira da fé, não são poucos os momentos que o coração é tomado de desânimo, medo e incertezas. Contudo, não se pode esquecer que o Pai está sempre de braços abertos para recebê-lo e renovar suas forças, seu ânimo e sua coragem. 

Com o Pai Celestial sendo também o nosso socorro, preservaremos a paz divina que o espírito humano desesperadamente procura, pois o salmista, com toda convicção, declara: “O Senhor é nosso socorro (...) bem presente nas tribulações” (1c). No enfrentamento dos diversos desafios desta vida, com muita freqüência você chega aos limites de suas capacidades, recursos e habilidades. No entanto, é justamente nessas condições que você pode e deve contar com o auxílio que vem do Alto para, graciosamente, socorrê-lo.

Percebemos então, meus irmãos e amigos leitores, que muitas são as experiências que nos inquietam a alma e afligem ao nosso espírito. Alguém chegou a afirmar que: “A inquietação é a ferrugem da vida, ofuscando o seu brilho e destruindo o seu poder”. A nós nos cabe não permitir que a inquietação “enferruje” e destrua o brilho e o poder da vida abundante que Cristo tem para cada um de nós. Que Ele seja nosso refúgio, fortaleza e socorro “bem presente nas tribulações” desta vida.

Pr Sidney Rosa

REINADO VITORIOSO

“E nessa majestade cavalga prosperamente, pela causa da verdade e da justiça; e tua destra te ensina proezas.” Sl 45.4

O salmo em destaque é classificado como messiânico, é profético por fazer alusão ao Messias e ao seu reinado vitorioso. Do terceiro ao quinto versículo, temos a descrição da vinda de Cristo com poder e glória, quando todo joelho se dobrará e toda língua reconhecerá e confessará seu senhorio soberano. No verso citado, destacamos os instrumentos usados pelo Espírito Santo para implantar o reinado de Cristo na vida dos pecadores.

A verdade que liberta é um instrumento poderosíssimo para inaugurar o reino de Deus no coração humano, pois o texto sagrado afirma: “E nessa majestade cavalga prosperamente, pela causa da verdade” (4a). Sem a aplicação da verdade do evangelho de Jesus Cristo, o coração humano continua refém das mentiras de Satanás, cujo objetivo é “roubar, matar e destruir”, mantendo sua vida longe de Deus e das bênçãos preparadas para você, nesta vida e na eternidade.

Outro instrumento eficaz para implantar o reino dos céus no coração do pecador é a justiça do Messias. O quarto versículo afirma que o Rei dos reis também cavalga prosperamente pela causa “da justiça”. A justiça humana é como “trapo de imundícia” diante do tribunal de Deus, porque, devido aos nossos pecados, não podemos ser justificados pelas nossas realizações. Entretanto, quando entregamos nosso coração a Cristo Jesus, nós somos justificados pela fé, ou seja, a justiça dEle é imputada a nós e, então, somos aceitos por Deus.

O discipulado cristão é também outro instrumento da graça para preservar o reinado do Pai no coração de seus filhos. Considerando a parte final do quarto verso, “a tua destra te ensina proezas”, não podemos desconsiderar a importância dos ensinos do Mestre, revelados e registrados nas Escrituras Sagradas, para firmar os nossos passos até completarmos a carreira da fé de maneira abençoada e vitoriosa. Só os ensinamentos de Jesus podem nos manter no centro da “boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

À luz do exposto, meus amados leitores, adoremos com todo o nosso coração ao nosso querido Deus e Pai que, pelo seu eterno e insondável amor, “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Cl 1.13,14). Tal libertação e transferência seriam impossíveis se a graça de Deus não tivesse aplicado em nosso coração, pelo poder do Espírito Santo, a verdade, a justiça e os ensinos do evangelho de Cristo registrados na Bíblia Sagrada.

Pr Sidney Rosa

PAIS COMPROMETIDOS

“Ouvimos, ó Deus, com os próprios ouvidos; nossos pais nos têm contado o que outrora fizeste, em seus dias” Sl 44.1

A composição do salmo em destaque é atribuída aos filhos de Corá, levitas cantores, e destinada ao mestre de canto do templo para que fosse usado no ritual do culto. O versículo destacado nos revela que os pais transmitiram aos filhos todas as realizações de Deus em favor do seu povo, no passado. O empenho dos pais em ensinar aos filhos a palavra de Deus nunca será em vão, pois, assim fazendo, podem propiciar a eles o aprendizado de lições preciosas.

Uma delas é atribuir a Deus toda a glória pelas vitórias alcançadas nesta vida. Os filhos de Corá não têm nenhuma dúvida sobre isso: “Não confio no meu arco, e não é a minha espada que me salva. Pois tu nos salvaste dos nossos inimigos e cobristes de vergonha os que nos odeiam” (6,7). Com essa convicção, os nossos filhos manterão uma consciente e saudável gratidão ao Pai e sempre se lembrarão que não podemos receber coisa alguma se do céu não nos for dado.

Manter a fidelidade a Deus em tempos de crise é outra lição precisa que os pais podem passar aos filhos através do ensino da Bíblia. Após um relato detalhado de situações complicadas e adversas, os autores do cântico fazem uma linda declaração de fidelidade ao Senhor: “Tudo isso nos sobreveio; entretanto, não nos esquecemos de ti, nem fomos infiéis à tua aliança” (17). Com esta visão, nossos filhos aprenderão que, em Cristo, os riscos e desafios desta vida se tornam oportunidades de crescimento e amadurecimento espiritual.

Ainda outra importantíssima lição que os pais devem passar aos filhos, através do ensino da palavra de Deus, é que podem suplicar e esperar sempre pela graciosa intervenção de Deus. Os filhos de Corá encerram o cântico fazendo um ardente apelo ao Pai Celeste: “Levanta-te para socorrer-nos e regatar-nos por amor da tua benignidade” (26). Neste tempo, quando a ciência e a tecnologia crescem a uma velocidade espantosa, propondo solução para tudo, nossos filhos podem pensar que não precisam mais buscar os favores de Deus.

Sendo assim, meus amados leitores, fica claro como os nossos filhos carecem de nosso comprometimento em ensinar-lhes os feitos maravilhosos de Deus revelados e registrados nas Escrituras Sagradas. Se dividirmos com eles o que já aprendemos na carreira da fé, com certeza aprenderam também a serem sempre gratos, fiéis e a confiarem sempre na infalível graça de Deus.

 Pr Sidney Rosa