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domingo, 4 de dezembro de 2011

ESPERANÇA FORTALECIDA



Pois em ti, Senhor, espero; tu me atenderás, Senhor, Deus meuSl 38.15

Ainda que a composição do salmo em destaque seja atribuída a Davi, é difícil apontar qual era o momento histórico vivido pelo rei de Israel. O subtítulo do salmo “em memória” parece nos dar a idéia, como dizem alguns estudiosos, de que o salmista pretendia preparar um hino que passasse a ser uma advertência para o futuro, para quando a tentação viesse. Considerando tal possibilidade, encontramos no cântico alguns fatores que fortalecem nossa esperança no amor gracioso de nosso Deus Pai.
Nossa esperança sempre será fortalecida quando mantemos nossa consciência sensível à voz de Deus. O quadro pessoal descrito pelo salmista nos oito primeiros versículos é dramático, trágico e de profundo sofrimento físico, mental e moral. As expressões são fortíssimas: “Ó Senhor, não me repreendas na tua ira... sobre mim a tua mão pesou... as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça... estou muito abatido... ando lamentando o dia todo” e, desta forma, demonstra o quanto os seus erros pesaram sobre ele. As lembranças de tais experiências, ainda que doloridas e tristes, mantiveram a consciência do salmista sensível para confiar mais uma vez na graça perdoadora de Deus, e clamar “Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, a minha ansiedade não me é oculta”. (9)
Outro fator fortalecedor da nossa esperança na graça abençoadora de Deus é agirmos com integridade para com todas as pessoas. No seu momento de maior crise, o salmista vê o afastamento de seus amigos e a aproximação de seus inimigos. No seu lamento não esconde a sua decepção: “Bate-me excitado o coração, faltam-me as forças, e a luz dos meus olhos, essa mesma já não está comigo. Os meus amigos e companheiros afastam-se da minha praga, e os meus parentes ficam de longe” (10,11). Quanto aos inimigos revela que: “Armam ciladas contra mim os que tramam tirar a minha vida; os que me procuram me fazer o mal dizem coisas perniciosas e imaginam engano todo o dia” (12). Apesar de a situação do salmista ser muito delicada e perigosa, ele não se desespera e age com integridade: “Mas eu, como surdo, não ouço e, qual mudo, não abro a boca. Sou, com efeito, como quem não ouve e em cujos lábios não há réplica” (13,14). Que comportamento exemplar para nós que esperamos na justa intervenção de Deus em favor da verdade!
Portanto, queridos leitores, façamos deste salmo um dos nossos memoriais em nossa caminha de fé com Deus. Não deixemos de trazer à nossa memória aquelas experiências que fortalecem a nossa esperança na graça bendita do nosso Pai, pois elas têm o poder de manter a nossa consciência sempre sensível à voz do Senhor que “ensina, repreende, corrige e nos instrui em toda a justiça”. Por mais dolorida que seja a crise que venhamos a enfrentar, e ainda que nos abandonem amigos e parentes, vamos agir com integridade e clamemos com esperança neste dia: “Não me desampares, Senhor; Deus meu, não te ausentes de mim. Apressa-te em socorrer-me, Senhor, salvação minha” (21,22). Amem!
 Pr Sidney Rosa

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